Em um quadro na parede
Um veleiro a escorregar
Impondo sua faixada
Faz o resto se apagar
Viro minha cabeça
Há borrões no mar
Esse quadro afinal
Foi muito rápido de pintar
Logo após olho as bordas
A moldura está rachada,
Remendada, gasta, mas
Segura a água morna
Afunilando a atenção
Observo toda a parede
Mais quadros pendurados
Todos iguais na essência
Veleiros deslizando
Cada um com seu borrão
No mar, na vela ou no chão
O que nos faz refletir
Na sociedade dos quadros
Se juntassemos todos eles
Borrões seriam focados
Chegando um dia, a uma parede perfeita
Autor: Gustavo Vallesquino Fernandes
Poema publicado também no site Neologismo.